quinta-feira, 29 de novembro de 2007

A HORTA






Era uma vez um senhor já muito, muito velhinho, um senhor que já quase não se levantava, e que tinha uma neta que o ajudava todos os dias. Era ela que cultivava as batatas, as cenouras, as alfaces,...
Um dia a Teresa, a neta do avô, viu-o triste e pediu:
- Avô, porque estás triste? Tu sabes que não gosto de ver ninguém triste! Vá, sorri!!!
O avô sorriu e veio-lhe uma lágrima ao olho. Nesse mesmo dia a Teresa foi à horta e tudo estava diferente: os tomates estavam mais rechonchudos, os alhos com cabeças maiores, as alfaces mais empinadas, …
- Avô! Avô! Anda à horta, por favor!!!
Quando o avô chegou à horta tudo cresceu ainda mais e o avô disse:
- Em todos estes anos nunca me aconteceu isto. Será...
O avô, sem acabar está frase, pensou: «Isto é tudo fruto do amor que a minha neta lhes tem dado. A Teresa está de Parabéns!!!»
Quando o avô regressou a casa, tinha uma vontade enorme de comer os alimentos deliciosos que a neta tinha cultivado, queria mergulhar numa sopa deliciosa. A neta fez a vontade ao avô e fez a sopa. Quando a Teresa estava a fazer a sopa faltava-lhe o alho mas não tinha tempo de o ir buscar . Então, de repente, viu o alho em cima da mesa. A Teresa ficou espantada.
Quando o avô estava a comer a sopa, descobriu que a sopa estava diferente: cada vez estava melhor e, daí, surgiu-lhe uma ideia:
- Teresa, porque não vais vender os teus alimentos para a feira! Ganhávamos algum dinheiro...
- Só se tu vieres comigo!!!
O avô não teve escolha e decidiu ir com ela. Logo no dia seguinte foram para o recinto da feira. Mas aquilo não parecia feira nenhuma! Toda a feira mais parecia a feira das moscas. Então, a Teresa perguntou a uma menina:
- Ó menina, pode-me dizer onde está toda a gente?
- Claro que sim! Na maioria das vezes as pessoas só vêm à tarde.
- Então, porque é que está esta gente toda a pôr as barracas?
- Quando as pessoas vierem, já temos as barracas prontas e, assim, ninguém nos rouba o lugar! Percebeu, menina?
- Sim! Muito obrigado!!!
Teresa dirigiu-se ao avô com cara de tristeza e o avô perguntou:
- Minha netinha, o que tens?
- Os compradores só vêm à tarde e ainda falta tanto para ser de tarde...
- Não importa!! - Disse o avô, satisfeito.
A Teresa mais queria era desistir.
Passado algum tempo a feira começou a encher, a encher, a encher. Cada vez mais, os clientes iam comprando frutas e legumes. Quando já era noite Teresa e o avô foram para casa sem mercadoria mas com dinheiro!
No dia seguinte, Teresa chamou o avô mas estava tudo silencioso. A Teresa começou a achar estranho… Quando chamava o avô, ele espondia e levantava-se logo para ir comer as deliciosas comidas que a neta tinha preparado. Teresa foi ao quarto do avô e bateu à porta. Mas continuava silencioso. Teresa decidiu entrar e, quando entrou, teve um desgosto enorme: o avô tinha morrido...
Passado alguns anos Teresa já estava uma mulher, mas contiuava sozinha e mantinha o vício de estar sempre a cultivar legumes e frutas. Nunca se esqueceu da angústia que passou por causa do avô ter morrido... Mas viveu feliz com as doces recordações que tinha da sua querida pessoa!!!!!
Alicia – 29 de Novembro de 2007

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